Moradores de Sabará, foram surpreendidos em 2025 com uma cobrança considerada absurda do IPTU. Em alguns casos, o valor subiu mais de 78.000% em relação aos anos anteriores.
É o caso do senhor Geraldo, morador antigo e trabalhador, sempre pagou seus impostos em dia. No ano passado, o valor do IPTU de seu imóvel era de R$ 95,00. Um valor dentro da realidade de quem vive com simplicidade e dignidade. Mas, neste ano, veio o choque: a cobrança do IPTU saltou para R$ 75.000,00. Sim, de noventa e cinco reais para setenta e cinco mil reais. Um aumento de aproximadamente 78.847%.
Um valor impossível de ser pago, completamente fora da realidade de qualquer cidadão comum.
Como é possível algo assim? Que critérios justificam esse absurdo?
Isso não é reajuste. Isso é um ataque direto ao direito de morar, de viver com dignidade e de manter seu pedaço de chão.
A revolta da população levou o vereador Thiago Rodrigues a protocolar um pedido de audiência pública e inquérito civil para investigar a legalidade e os critérios adotados pela Prefeitura para aplicar os novos valores.
O aumento repentino tem origem em um projeto iniciado ainda em 2022: o Sabará 360, programa da gestão anterior que prometia modernizar a cidade com um amplo levantamento de dados urbanos.
O mapeamento foi feito pela empresa Topocart, que usou tecnologias como sensores fotogramétricos, perfiladores a laser e imagens 360° para atualizar o Cadastro Técnico Municipal.
A justificativa oficial do projeto era oferecer melhores serviços públicos, como transporte coletivo, limpeza urbana, iluminação pública e infraestrutura de saúde e educação. Na prática, no entanto, o que chegou primeiro à população foi uma nova tabela de valores venais e, com ela, um IPTU exorbitante.
A Prefeitura atual, comandada pelo prefeito Sargento Rodolfo, herdou o projeto e agora precisa lidar com as consequências. O resultado, considerado por muitos um verdadeiro “presente de grego”, foi a explosão nos boletos de IPTU. Diante disso, cresce entre os moradores a defesa de que os pagamentos sejam suspensos até que toda a situação seja esclarecida.
O vereador Thiago Rodrigues solicitou que a empresa Topocart seja convocada para prestar esclarecimentos sobre os critérios utilizados no recadastramento dos imóveis e no cálculo do imposto. Segundo ele, há indícios de distorções graves. Moradores relataram casos em que o valor do IPTU saltou de R$ 300 para mais de R$ 3 mil, sem que houvesse qualquer melhoria no imóvel ou na infraestrutura do bairro.
Em janeiro de 2024, a Prefeitura chegou a realizar reuniões com moradores de bairros como Roça Grande, Rosário I, II e III, apresentando melhorias previstas no plano de urbanização. Apesar disso, muitas promessas, como asfaltamento de ruas e ampliação da mobilidade urbana, não foram cumpridas na época.
O vereador afirmou que a Câmara Municipal precisa cumprir seu papel de fiscalizar e que o aumento exagerado do IPTU não pode ser naturalizado. "A população está sendo punida por um planejamento mal executado e sem transparência. Precisamos travar esse aumento imediatamente e investigar se houve erro, abuso ou má-fé", declarou.
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