A Prefeitura de Sabará foi notificada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para paralisar as atividades de um aterro de construção civil localizado na Serra do Curral. O empreendimento, operado pela empresa Ecorota Gestão de Resíduos LTDA e licenciado pelo município, foi interditado nesta segunda-feira (25) após o órgão federal constatar que as operações ameaçam o sítio arqueológico conhecido como Muro da Serra do Taquaril, um monumento histórico de grande relevância para a região.
Riscos ao Patrimônio Arqueológico
A vistoria do Iphan ocorreu em 8 de novembro, e o relatório apontou que as estruturas implementadas no local estão causando impactos negativos em segmentos do complexo arqueológico. O sítio, situado nas proximidades da antiga estrada que ligava Belo Horizonte a Nova Lima, é composto por muros de pedra construídos com a técnica de junta seca, além de valos, poços e estruturas de mineração datados dos séculos XVIII e XIX.
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Sabará, a empresa responsável pelas operações deve apresentar documentação que atenda às exigências do Iphan para tentar regularizar o empreendimento. Caso contrário, poderá sofrer o cancelamento definitivo da licença ambiental.
O Muro da Serra do Taquaril abrange aproximadamente 800 metros e é formado por três estruturas principais:
1. Muro de alvenaria de pedra com segmentos escavados, estendendo-se por cerca de 1.300 metros ao longo da serra.
2. Valo de divisa arrimado, perpendicular ao muro, com cerca de 280 metros de extensão.
3. Estruturas de mineração, incluindo galerias verticais e uma área de lavra estimada em 1.800 m².
Apesar de alguns danos pontuais causados por trilhas, o Iphan destacou que o complexo arqueológico está, em sua maior parte, preservado, representando um testemunho histórico e cultural significativo de Minas Gerais.
Medidas e Consequências
A Prefeitura de Sabará informou que todas as atividades no local foram suspensas e reforçou seu compromisso com a proteção do patrimônio histórico. A denúncia, inicialmente apresentada pela deputada federal Duda Salabert (PDT), chamou atenção para a necessidade de maior fiscalização e cuidado em relação às atividades econômicas próximas a áreas de relevância arqueológica e ambiental.
O caso serve como alerta sobre a importância de equilibrar o desenvolvimento urbano e econômico com a preservação dos bens culturais e naturais, que são parte fundamental da identidade regional.
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