Postam-me um vídeo sobre a Sabará dos anos 1950. Nossas atuais construções históricas lá estão. Todas sobrevivem. Muitas hoje mais bem conservadas do que na época. Ótimo. Mas, e se recebêssemos imagens dos monumentos que perdemos pelos descaminhos do tempo e da vida?
Dias atrás, os noticiários lamentavam que os brasileirinhos de hoje não tivessem visto o Rei Pelé em ação, ao vivo. Eu vi o Pelé, o Garrincha, o Didi... Foi ótimo. Mas lamento que os sabarensezinhos de agora não tenham visto muitas coisas que tornavam mais rica e bela a história desta cidade.
Lembro-me da velha Escola Mauá, consumida num incêndio. Qualquer arquiteto de sensibilidade mediana reconstruiria o memorável prédio, anexando a ele as dependências exigidas pelos tempos atuais. Como o Instituto Promove fez com histórica construção na avenida João Pinheiro, em BH. Mas eu disse arquiteto de sensibilidade. Aquele “genial” fazedor de barracos dos tempos ditatoriais destruiu duas construções interessantes que ficavam ao lado do Mauá e lançou por terra, de graça, um centenário Passo da Paixão. Ali, em desaparecido quadro, seu colega Pilatos perpetrava infâmia quase igual a sua. Tudo isso para erigir um suadouro de cimento onde, professores e alunos, nos derretíamos no afã do ensinar e aprender.
E se me postassem um vídeo mostrando o belo solar que ficava em frente ao Cravo? Ou mostrassem a Igreja de Santa Rita, destruída para abrir mais espaço à nossa burrice? E se mandassem imagens do coreto da Matriz, do palacete do Barão de Sabará, das duas casas perdidas na Pedro II? E a estação de General Carneiro, hein? Programa de TV tem mostrado o fim que deram às sobreviventes estações ferroviárias de várias cidades mineiras. Estão restauradinhas e viraram espaços culturais. Tínhamos também uma no bairro Paciência. Tínhamos. Ah, se viajássemos pelos trilhos da saudade como Tiradentes e São João Del Rei!... Usaríamos o caminho de ferro que nos ligava à Capital para trazer turistas, espécie extinta por estas bandas.
Contentemo-nos, todavia, em apreciar os monumentos que ainda não foram vítimas do nosso descaso e nos orgulhemos do que nos resta. Abracemos tais riquezas com cuidadoso respeito e extremado carinho.
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