Como negar a importância da tecnologia? Mas, às vezes, ela escraviza. Veja o celular. Em Sabará, há dois exemplos de pessoas não apenas escravizadas, mas enlouquecidas pelo troço.
Primeiro caso: um deles foi visitar o irmão e aproveitou para encher a rabo de cerveja. Voltou para casa numa ginga mais pra urubu que pra colibri. Aí deu pela falta do celular. Pegou um emprestado e ligou.
- Mano, esqueci em sua casa o meu celular. Sem ele de nada valho.
O brother desligou e deu início à busca. Olhou sobre a mesa lotada de cascos vazios. Nada. Veio a ideia de ligar para o celular. A campainha denunciaria onde fora deixado. Ligou. Segundos depois escutou, do outro lado, a vozinha do irmão perguntando se havia encontrado o bendito celular.
- Encontrei, sua anta! Ele está aí, colado ao seu ouvido, sua mula!
Segundo caso, ainda mais assustador. O outro aloprado descia o Morro da Intendência. O bar do Bola, onde trabalha, já estava aberto, mas ele precisava antes falar com o irmão. Já em frente ao Cravo Vermelho, bateu a mão no bolso. Deus do Céu! Berrou desesperado:
- Ô disgrama, sô. Vou ter que subir de novo a ladeira.
- O que aconteceu, cara? indagou o aflito irmão.
- Larguei pra trás a merda do celular. Como vou viver sem ele?
O irmão, que já andava desconfiado da demência do Rob... (Epa!, quase cito o nome do demente) gritou, exasperado:
- Deixa de ser besta, mano. Cê tá usando o raio do celular agora. Ele está aí, grudado nessa sua orelha de jerico.
- Ah é, emendou o outro. E continuou o papo furado.
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