No dia 13 de junho, a comunidade católica celebra Santo Antônio, um dos santos mais populares do mundo. Em Sabará, essa devoção tem raízes profundas, ligadas diretamente à origem do distrito de Roça Grande, cujo nome remonta a 1711, dado pelo então governador Antônio de Albuquerque. A história da localidade e a fé em Santo Antônio se entrelaçam desde os tempos do ciclo do ouro, quando o bandeirante Borba Gato, ao iniciar a extração aurífera no Rio das Velhas, fundou o então Arraial de Santo Antônio do Bom Retiro do Rio das Velhas.
Foi Borba Gato quem construiu a primeira capela dedicada ao santo, feita de adobe, em sinal da devoção ao franciscano português que, já naquela época, era considerado intercessor poderoso. Um episódio lendário marca essa tradição: uma imagem de Santo Antônio aparecia insistentemente sobre uma pedra, a cerca de 300 metros da igreja. Conta-se que, mesmo após ser levada por moradores para Santa Luzia, a imagem retornava misteriosamente ao mesmo local em Roça Grande — um fenômeno tido como milagre e que motivou a construção de uma nova igreja no local.
Ao longo dos séculos, a fé se consolidou e a pequena capela deu lugar ao Santuário de Santo Antônio de Roça Grande, construído na década de 1980. A crescente devoção levou a Arquidiocese de Belo Horizonte a reconhecer, em 1998, o local como Santuário Arquidiocesano. A romaria se tornou tradição: todos os anos, especialmente durante a trezena de Santo Antônio, entre o final de maio e 13 de junho, o local recebe mais de 80 mil fiéis vindos de toda Minas Gerais e de diversos estados do Brasil.
Em 2018, a Festa de Santo Antônio de Roça Grande foi reconhecida como patrimônio cultural de Sabará, reforçando seu valor histórico e simbólico para a cidade.
A imagem de Santo Antônio venerada em Roça Grande chama atenção: ao contrário do que é comum, ela retrata o santo vestido como padre, e não como frei. Esse detalhe torna a representação ainda mais especial, carregando traços únicos da devoção local. A celebração é considerada a mais expressiva dedicada ao santo português em todo o estado de Minas Gerais.
Nascido em Lisboa, Portugal, no dia 13 de setembro de 1191, com o nome de Fernando de Bulhões, Santo Antônio ingressou aos 15 anos na vida religiosa e foi ordenado padre após estudos em Coimbra. Sua vida de pregação e milagres o tornou conhecido em vida, mas foi após sua morte, em 13 de junho de 1231, em Pádua (Itália), que a devoção se espalhou pelo mundo. Foi canonizado apenas onze meses após sua morte pelo Papa Gregório IX. Um dos fatos mais impressionantes de sua história é que, ao ter seu corpo exumado em 1263, sua língua permaneceu incorrupta, conservando-se até hoje em uma redoma na Basílica de Santo Antônio, na Itália.
A cada ano, milhares de fiéis fazem romarias a pé, em grupos de bicicleta, ônibus e carros, partindo de Sabará, Belo Horizonte e cidades vizinhas rumo ao Santuário de Roça Grande. Eles carregam promessas, pedidos, agradecimentos e o desejo de manter acesa a chama da tradição secular.
Santo Antônio, o “santo casamenteiro”, é também invocado por quem busca trabalho, alimento e causas impossíveis. Em Roça Grande, essa fé ganhou um endereço definitivo — e uma força que atravessa os séculos. Em 2025 a programação está mais que especial. Acompanhe abaixo:
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