Desde o mês de março de 2025, a angústia e o silêncio rondam a vida da família de Elen dos Santos Assunção, de 42 anos, que está desaparecida em Sabará. Conhecida entre moradores e comerciantes do bairro General Carneiro, onde costumava circular com frequência, Elen não deu mais notícias desde os dias 18 e 19 daquele mês — última vez em que foi vista, quando procurou atendimento na UPA Nações Unidas, em Belo Horizonte.
Elen vivia uma rotina marcada pelo uso abusivo de álcool e drogas, o que resultava em idas recorrentes à unidade de pronto atendimento. Segundo relatos da família, profissionais da UPA mantinham contato constante com os parentes e demonstravam cuidado com ela. “Sempre nos mandavam mensagens, diziam que gostavam muito dela. Mas ela tinha o costume de fugir da unidade após passar um dia internada”, contou uma das irmãs.
Uma presença constante nas ruas de General Carneiro
Comunicativa, vaidosa e muito conhecida na região, Elen era vista frequentemente em frente ao Supermercado BH. Apesar da dependência química, fazia questão de se manter arrumada: unhas feitas, brincos, pulseiras, roupas limpas — itens que foram deixados para trás no dia do desaparecimento. Essa ausência abrupta acendeu um alerta para familiares e amigos. “Ela era territorialista, não sumiria assim. Tudo indica que algo grave aconteceu”, lamenta a irmã.
Além dos vínculos com outros usuários de drogas, Elen mantinha uma relação conflituosa com um ex-companheiro, apontado por agredi-la violentamente em diversas ocasiões. “Ele chegou a quebrar o tornozelo dela e abrir um buraco na cabeça dela batendo no chão”, afirma a família, que também menciona um senhor aposentado que oferecia abrigo a Elen durante as noites. Ambos foram questionados pela família, mas as informações são confusas e há suspeitas de que estejam espalhando versões falsas sobre o paradeiro dela.
Família não desiste: “Só queremos saber onde está”
Apesar das dificuldades, Elen mantinha contato com a família. “Sempre arrumava um telefone para ligar, aparecia em datas especiais como Natal, Dia das Mães e o aniversário dela, que é dia 14 de maio. Dois filhos dela também fazem aniversário nessa data”, relata a irmã, ressaltando o vazio deixado neste último mês de maio, quando Elen não apareceu como de costume.
A busca tem sido intensa: a família procurou em hospitais, abrigos, IMLs, delegacias, penitenciárias e ruas. Cartazes foram espalhados, denúncias anônimas foram incentivadas, mas nenhuma pista concreta surgiu até agora. A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Nações Unidas em Sabará e com apoio da Delegacia de Desaparecidos de Belo Horizonte, segue investigando o caso, inclusive com a possibilidade de homicídio em apuração. A Polícia Militar também acompanha e oferece suporte à família.
Apelo à comunidade
O desaparecimento de Elen se tornou um grito de socorro. “Se você tiver acesso a essa reportagem, Elen, saiba que, apesar de tudo, sua família te ama. Volta pra casa, por favor!”, diz uma das irmãs em lágrimas. A família pede encarecidamente à população que qualquer informação seja repassada, ainda que de forma anônima.
Informações podem ser comunicadas à Polícia Civil pelo Disque-Denúncia (181) ou diretamente à Delegacia de Nações Unidas, em Belo Horizonte. “Cada dia sem respostas é uma dor que aumenta. Não vamos parar até saber onde está Elen.”
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