O dia 13 de dezembro de 1964 está gravado na memória dos torcedores do Esporte Clube Siderúrgica e na história do futebol mineiro. Há 60 anos, o clube de Sabará consagrava-se bicampeão mineiro, coroando um projeto marcado por planejamento, organização e dedicação. Este triunfo inesquecível reflete o esforço coletivo de uma equipe determinada e bem estruturada, liderada por nomes que deixaram um legado para o esporte.
A trajetória para o bicampeonato começou em 1963, quando o Siderúrgica, com o apoio decisivo de sua patrocinadora, a Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, traçou um projeto ambicioso. A empresa não mediu esforços para alocar recursos ao clube, com a liderança de Manuel Edson de Oliveira, o então presidente, e sua equipe de dirigentes. O objetivo era claro: reconquistar o título que escapava desde 1937, mesmo com o clube frequentemente figurando entre os melhores do estado nos anos seguintes.
Entre 1936 e 1960, o Siderúrgica acumulou seis vice-campeonatos (1936, 1938, 1941, 1950, 1952 e 1960), mantendo-se entre os quatro primeiros colocados nos certames da Federação Mineira de Futebol. Mas o título de 1964 se tornou realidade com um conjunto de decisões estratégicas.
O ponto de virada foi a contratação do experiente técnico Dorival Knipell, o Iustrich, em 1963. Conhecido como o "papão de títulos", ele trouxe ao Siderúrgica não apenas sua vasta experiência, mas também um estilo disciplinado e rigoroso de comando. Sob sua liderança, a equipe se transformou em um time competitivo e vencedor.
Iustrich evitou construir um time de medalhões, optando por uma seleção de talentos locais e de fora. Dawson e Tião (Cruzeiro), Noventa (América), Ernani (Atlético), Alfeu (Sete), Jair (Vila de Formiga), Adair (Villa Nova) e João Bosco e Paulista (Santa Cruz) se juntaram à base sólida já existente no clube, com nomes como Dejair, Chiquito, Silvestre e Geraldino. Até o goleiro Bajoso, que havia jogado no Mamoré, foi incorporado ao elenco.
Com uma pequena, mas eficiente, comissão técnica composta pelo assistente Zézinho Miguel, o massagista Mirim, o doutor Haroldo Nunes e os roupeiros Déco e Laerte, o time estava pronto para o desafio.
O desempenho do Siderúrgica em 1964 foi impressionante. A equipe superou os grandes clubes da capital com uma campanha sólida: em sete partidas, venceu quatro, empatou duas e perdeu apenas uma, somando 10 pontos dos 12 possíveis. Sob o comando de Iustrich, o time provou que disciplina e estratégia podem superar orçamentos maiores e nomes mais badalados.
O bicampeonato de 1964 foi mais do que um título; foi a consagração de um clube que representava a força de Sabará no cenário estadual. Agora, 60 anos depois, o Esporte Clube Siderúrgica permanece como um símbolo de superação e paixão pelo futebol. O legado deixado por jogadores, técnicos e dirigentes continua vivo na memória de seus torcedores e na história do esporte em Minas Gerais.
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