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Economia TRANSAÇÃO PIX

Pix sofre a maior queda de transações desde 2020 após mudanças na fiscalização da Receita Federal

Entre 4 e 10 de janeiro de 2025, número de operações caiu 10,9%, marcando a maior retração percentual desde o lançamento do sistema, em 2020.

15/01/2025 10h30
Por: Glaucia Melo Clark Fonte: FOLHA DE SABARÁ
Pix sofre a maior queda de transações desde 2020 após mudanças na fiscalização da Receita Federal

O sistema de pagamentos instantâneos Pix, utilizado por 76,4% da população brasileira, atravessa um momento de retração. Entre os dias 4 e 10 de janeiro de 2025, o número de transações realizadas caiu para 1,25 bilhão, representando uma queda de 10,9% em comparação ao mesmo período de dezembro de 2024. Este foi o maior recuo percentual desde a criação do sistema, em novembro de 2020, conforme dados do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do Banco Central.

A diminuição nas transações também se reflete em uma comparação mais ampla. Nos primeiros 14 dias de janeiro, as transações totalizaram 2,29 bilhões, uma redução de 8,7% em relação aos 2,50 bilhões registrados entre 18 e 31 de dezembro de 2024.

Especialistas apontam que, embora o mês de janeiro seja naturalmente um período de menor movimentação, as quedas podem ser explicadas por fatores além da sazonalidade. A ampliação da fiscalização da Receita Federal sobre o uso do Pix, que entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2025, também desempenha um papel importante nesse cenário.

A nova Instrução Normativa nº 2219/2024, anunciada em setembro de 2024, estabelece mudanças significativas. A norma aumentou os limites de movimentação que não precisam ser informados à Receita Federal: de R$ 2.000 para R$ 5.000 para pessoas físicas, e de R$ 5.000 para R$ 15.000 para empresas. Além disso, a Receita passou a exigir a informação sobre transações que ultrapassem esses valores, abrangendo não apenas os bancos tradicionais, mas também instituições de pagamento, carteiras digitais e empresas responsáveis por maquininhas de cartão.

Esse aumento na vigilância do sistema, somado a uma onda de fake news que se espalhou a partir da ampliação da fiscalização, pode ter causado uma reação negativa por parte dos usuários do Pix, gerando um impacto direto no volume de transações.

A queda nas operações é um reflexo de como mudanças regulatórias e a disseminação de desinformação podem influenciar o comportamento dos usuários, especialmente em sistemas de pagamento tão populares como o Pix. A expectativa é que, com o tempo, a normalização das transações ocorra à medida que a população se adapta às novas exigências da Receita Federal.

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