A nascente do Recanto das Águas, localizada na Serra do Curral, enfrenta uma grave ameaça ambiental após chuvas recentes levarem rejeitos de minério da Global Mineração para o local. A situação gerou indignação entre moradores e frades franciscanos, que dependem do manancial para abastecimento e valorizam seu papel espiritual e ambiental.
Em entrevista ao Jornal O Tempo, Frei João Ferreira Júnior enfatizou a importância do manancial, alertando que o descarte irregular compromete a sobrevivência da nascente, que resistiu a estiagens históricas. A contaminação também traz o risco de poluição do Rio das Velhas, essencial para o abastecimento de 2,4 milhões de pessoas na Grande BH.
Impactos e Investigação
Os rejeitos foram despejados às margens da Estrada Velha de Nova Lima/Sabará, após outros pontos de descarte se esgotarem. A advogada Andréa Matos Rodrigues, moradora local, disse ao Jornal O Tempo: “Se isso aconteceu com a primeira chuva, imagine a devastação com o período chuvoso completo?”.
O Ministério Público de Minas Gerais já analisa a abertura de um inquérito para investigar o caso. Especialistas destacam a necessidade de uma resposta rápida para evitar danos mais severos ao meio ambiente.
Defesa da mineradora e dúvidas sobre cumprimento das Leis
A Folha de Sabará contatou a Fleurs Global Mineração no dia 18 de outubro, após receber um vídeo que mostrava rejeitos de minério atingindo a nascente. A empresa alegou que as chuvas fortes carregaram esgoto e resíduos acumulados em diversas cidades, afetando a qualidade da água. Em nota, afirmou: “Possuímos um rigoroso sistema de monitoramento ambiental e um plano robusto de gestão de rejeitos. Realizamos inspeções frequentes para garantir a segurança das operações e evitar impactos ambientais”.
No entanto, após a denúncia publicada no Jornal O Tempo, questiona-se se a mineradora realmente cumpre as normas ambientais. A Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais (Semad) declarou que a licença da empresa não autoriza extração nem descarte de rejeitos na região.
Responsabilização e falhas na fiscalização
A prefeitura de Sabará informou que está intensificando a fiscalização das operações da mineradora. A reportagem destaca que o caso evidencia falhas na fiscalização ambiental e reforça a necessidade de medidas mais rigorosas para proteger a oferta de água e preservar a Serra do Curral.
A comunidade e organizações ambientais esperam que o Ministério Público responsabilize os envolvidos pelos danos causados, alertando que o tempo é essencial para reverter ou mitigar o impacto antes que a situação se agrave ainda mais.
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