Na terça-feira, 17 de setembro, Sabará celebrou o retorno da imagem de Nossa Senhora do Carmo, após 30 anos desaparecida. A peça, esculpida no século XVIII e atribuída ao renomado artista barroco Francisco Vieira Servas, foi recuperada graças à intervenção de um especialista em arte sacra que identificou a obra em um leilão em Campinas. Após investigação conduzida pelo Ministério Público e pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), a escultura foi devolvida à Igreja do Carmo, restaurando tanto o patrimônio histórico quanto a devoção religiosa da comunidade.
O roubo e a recuperação
A imagem foi furtada em 1995, ano em que a Igreja do Carmo reabriu após uma década de restaurações. Durante quase três décadas, a ausência da peça foi sentida pela comunidade, até que seu paradeiro foi revelado em um site de leilões. A denúncia ao Ministério Público possibilitou o resgate da imagem, que finalmente retornou ao seu lugar de origem.
A recuperação foi facilitada pelo sistema SONDAR, lançado pelo Ministério Público de Minas Gerais, que reúne informações sobre mais de 1.800 bens culturais desaparecidos. Entre eles, estão documentos históricos e peças sacras, muitas das quais também pertencem ao período barroco mineiro.
A Significância religiosa e cultural
Nossa Senhora do Carmo tem um profundo valor para a comunidade de Sabará. A escultura é central nas cerimônias religiosas e nas procissões da Ordem Terceira do Carmo, que simbolizam a igualdade e comunhão entre seus membros. Segundo o historiador José Arcanjo Bouzas, "a imagem representa não apenas uma obra de arte, mas um símbolo de fé e tradição que une a comunidade".
Feita de roca, a peça é um exemplo clássico do barroco mineiro, com traços detalhados que refletem o estilo característico de Vieira Servas, que produziu diversas obras em Minas Gerais.
Durante a cerimônia de entrega, Padre Wellington destacou a importância do momento: "É uma data singular, um marco para a Igreja e a comunidade de Sabará". Ele expressou gratidão pela recuperação e ressaltou que o retorno da imagem vai além da restauração de um objeto, representando a preservação da fé e da memória coletiva.
Marcelo Mafra, coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural, também celebrou o resgate da imagem, lembrando que a peça, mais que uma obra artística, é um símbolo de devoção. Ele destacou a importância do sistema SONDAR e da mobilização da sociedade para recuperar outros bens culturais desaparecidos, que fazem parte da identidade e história de Minas Gerais.
Preservação do Patrimônio Cultural e Religioso
O retorno da imagem de Nossa Senhora do Carmo à Sabará é um exemplo de como a união entre fé, história e justiça pode restaurar a memória de uma comunidade. O combate ao tráfico de arte sacra é uma prioridade do IPHAN, que, junto com o Ministério Público, trabalha incansavelmente para devolver esses tesouros aos seus legítimos locais.
Sabará, ao recuperar essa importante peça de seu acervo, reafirma seu compromisso com a preservação do patrimônio histórico e religioso, fortalecendo a cultura e identidade que marcam a cidade há séculos.
Viva à Nossa Senhora do Carmo e ao patrimônio cultural de Minas Gerais!
Mín. 18° Máx. 37°
Mín. 18° Máx. 36°
Tempo limpoMín. 17° Máx. 32°
Tempo nublado