A greve dos professores e servidores do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) em Sabará já se estende por mais de 70 dias, impactando profundamente cerca de mil alunos que se encontram sem aulas e sem acesso a projetos educacionais essenciais. Iniciada em 9 de abril, essa paralisação, que ocorre em âmbito nacional e inclui universidades e institutos federais, reflete uma luta contínua por melhores condições de trabalho e valorização dos profissionais da educação.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou nesta quinta-feira (20 de junho de 2024), criticando a greve nas universidades e institutos federais, que já dura cerca de dois meses. Em entrevista à rádio Verdinha, no Ceará, Lula expressou seu desapontamento com a falta de reconhecimento pelo aumento salarial de 9% concedido anteriormente e mencionou que os trabalhadores não deveriam se esquecer do que já foi feito por eles. "Eu, às vezes, fico triste, porque ninguém agradeceu os 9% [de reajuste salarial] e estão fazendo uma greve dizendo que é por 4,5% e nós não demos nada este ano. A gente não deu porque a gente não pode dar", afirmou o presidente.
Os alunos do IFMG Sabará, que representam o lado mais prejudicado nessa situação, compartilham um sentimento de frustração e desesperança. Muitos foram até a Folha de Sabará para expressar suas preocupações e os inúmeros desafios enfrentados durante a paralisação. “Estamos há 79 dias em greve, impedidos de realizar novos estágios, de concluir nossos cursos, de solicitar declarações de matrícula, entre outros problemas. A greve é válida, mas, infelizmente, os maiores prejudicados somos nós, alunos”, afirmou um dos estudantes.
A paralisação tem gerado um impacto significativo na vida acadêmica dos alunos, que estão enfrentando a interrupção de seus estudos e a perda de oportunidades essenciais para o seu futuro. Entre as principais dificuldades relatadas, está a impossibilidade de realizar novos contratos de estágio. “Os servidores estão recebendo seus salários integrais, enquanto nós, alunos, estamos impedidos de receber uma bolsa de estágio de R$800,00 porque a única funcionária que assina os contratos está em greve. Eles alegam que não têm como declarar presença em estado de greve, mas nós, alunos, não pedimos a greve. Estamos sofrendo sem perspectiva de resolução”, desabafou um estudante.
Além disso, os calouros deste ano nem sequer têm número de registro ainda, o que os impede de solicitar auxílios estudantis. “Estamos perdendo grandes oportunidades de estágio em empresas como ArcelorMittal, AngloGold e outras. Estamos à deriva, sem saber o que fazer ou para onde ir”, relatou outro aluno.
Até o momento, os Institutos Federais não conseguiram chegar a um acordo que possa colocar fim à paralisação. Os alunos continuam sem saber quando poderão retomar suas aulas e recuperar o tempo perdido. A incerteza quanto ao futuro é um sentimento comum entre os estudantes, que estão ansiosos por uma resolução que permita a retomada de suas atividades acadêmicas e a continuidade de seus sonhos e objetivos.
A greve tem destacado a importância de um diálogo mais eficaz entre governo e profissionais da educação, visando não apenas a valorização dos servidores, mas também o direito dos alunos a uma educação contínua e de qualidade. A comunidade acadêmica de Sabará espera que as negociações avancem rapidamente e que uma solução justa e equilibrada seja encontrada para que os alunos possam voltar às aulas e continuar a trilhar seu caminho educacional e profissional.
Enquanto isso, os alunos do IFMG Sabará continuam a lutar por seus direitos, na esperança de que a voz da juventude e da educação seja ouvida e que, em breve, possam voltar a ocupar suas salas de aula e laboratórios, retomando suas atividades e construindo um futuro melhor para todos.
A situação no Instituto Federal de Sabará exige uma reflexão profunda por parte dos professores e servidores. Enquanto alguns jovens veem seus direitos de estudar sendo prejudicados, outros observam professores e funcionários recebendo salários sem estarem ativamente envolvidos nas atividades acadêmicas. É um cenário que não pode mais ser ignorado.
Os estudantes, que são o coração da instituição, enfrentam dificuldades. Muitos não têm acesso pleno ao ensino, seja por falta de aulas presenciais, seja pela ausência de suporte adequado. A educação é um direito fundamental, e a atual situação não pode perdurar.
É hora de os docentes e servidores colocarem a mão na consciência. Receber salários sem cumprir plenamente suas obrigações é uma questão ética e moral. Afinal, o compromisso com a formação dos jovens deve ser prioridade.
Não podemos mais adiar a busca por soluções. O diálogo, a transparência e a ação são essenciais para garantir que o Instituto Federal de Sabará cumpra sua missão educacional. O “JÁ DEU!” dos jovens é um grito de alerta que não pode ser ignorado. É hora de agir em prol da educação e do futuro desses estudantes.
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