Os moradores do bairro Águas Férreas, em Sabará, têm enfrentado diversos problemas devido às obras do programa Minha Casa, Minha Vida, conduzidas pela construtora Erglares. Entre as principais queixas estão a falta de drenagem adequada, alagamentos, formação de crateras e o risco de deslizamentos, agravados pelo período chuvoso. A comunidade afirma que os problemas não eram recorrentes antes das intervenções e que a situação tem piorado a cada nova chuva.
Problemas relatados pela comunidade
Segundo os moradores, antes do início das obras, o fluxo de água da chuva era normal e controlado. Com a construção, a água passou a ser desviada para áreas mais baixas do bairro, causando alagamentos e erosão do solo. Um dos pontos mais críticos é uma grande cratera que se formou próxima a um poste, colocando em risco a estrutura e ameaçando o fornecimento de energia elétrica na região.
"O poste está prestes a cair, pois perdeu a sustentação. Já notificamos a Prefeitura e a CEMIG, mas até agora ninguém tomou providências definitivas", afirma uma moradora. Outro morador destaca que veículos de emergência, como ambulâncias e viaturas, têm dificuldades para circular devido às crateras nas vias.
Diante dos estragos, os moradores registraram protocolos junto à Secretaria de Obras e órgãos competentes. No entanto, segundo a comunidade, as soluções apresentadas foram insuficientes. A Defesa Civil chegou a ser acionada, mas informou que a responsabilidade seria da Prefeitura. A população cobra uma resposta rápida, pois teme que novos deslizamentos comprometam casas e vias públicas.
Posicionamento da Construtora Erglares
A construtora Erglares reconhece os transtornos, mas afirma que o projeto de drenagem foi desenvolvido com base em normas técnicas e que sua execução depende da conclusão da terraplanagem. Segundo a empresa, medidas emergenciais já foram adotadas, como a limpeza das vias e instalação de gabiões para conter a erosão.
"Esta é a maior obra habitacional de Sabará, e nosso compromisso é garantir a segurança e qualidade da execução. Seguimos dialogando com moradores e órgãos públicos para mitigar impactos", declarou a construtora.
Sobre os problemas de drenagem, a Erglares destacou que foram implementadas canaletas para condução da água, mas reconhece que as chuvas recentes têm sido mais intensas que o normal. A previsão para a conclusão definitiva da drenagem é de quatro meses após o fim da terraplanagem. No entanto, moradores questionam a eficiência dessas soluções e pedem que a empresa reveja o planejamento para evitar novos incidentes.
Prefeitura de Sabará
A Prefeitura informou, por meio de nota, que para verificar a situação, é necessário que os moradores apresentem os números de protocolo abertos junto à gestão anterior. O órgão afirmou que está à disposição para agendar uma visita técnica ao local e avaliar a melhor solução.
Lideranças comunitárias, no entanto, criticam a falta de ação efetiva e cobram um posicionamento mais ágil da administração municipal. "Estamos cansados de abrir protocolos sem resposta. Queremos ações concretas para evitar tragédias", disse um representante dos moradores.
CEMIG se compromete a avaliar risco de queda do poste
A CEMIG informou que enviou uma equipe ao local antes do Natal e realizou registros fotográficos da cratera e do barranco. No entanto, o caso foi direcionado a outro setor para análise. A companhia afirmou que enviaria uma nova equipe para verificação e adoção de medidas, caso necessário.
A população teme que, caso o poste caia, o bairro fique sem energia elétrica por tempo indeterminado, prejudicando residências e comércios locais. "Muitos aqui trabalham de casa, e ficarmos sem luz significaria perda de renda para várias famílias", relatou um morador.
Impactos e preocupações dos moradores
Além dos prejuízos materiais, a comunidade também alerta para os riscos à segurança e à saúde pública. Um dos problemas apontados é a construção de uma piscina improvisada com pedras para acumular água da chuva, o que poderia aumentar o risco de deslizamentos e a proliferação do mosquito da dengue. Além disso, a presença de muros de gabião pode favorecer a infestação de escorpiões, um problema já recorrente na região.
A comunidade pede providências rápidas e definitivas. "Não podemos continuar vivendo com medo de cada chuva. Precisamos de uma solução definitiva antes que algo mais grave aconteça", afirma um morador. Além disso, moradores organizam um abaixo-assinado para exigir respostas concretas das autoridades e da construtora.
A Folha de Sabará segue acompanhando o caso e cobrando soluções das autoridades competentes.
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