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Obras DENÚNCIA

Obras do Minha Casa, Minha Vida causam transtornos no Águas Férreas em Sabará

Moradores denunciam alagamentos, crateras e riscos estruturais; construtora e órgãos públicos se manifestam

04/02/2025 15h27 Atualizada há 6 dias
Por: Glaucia Melo Clark Fonte: FOLHA DE SABARÁ
Nas fortes chuvas, a rua ficou totalmente coberta de lama
Nas fortes chuvas, a rua ficou totalmente coberta de lama

Os moradores do bairro Águas Férreas, em Sabará, têm enfrentado diversos problemas devido às obras do programa Minha Casa, Minha Vida, conduzidas pela construtora Erglares. Entre as principais queixas estão a falta de drenagem adequada, alagamentos, formação de crateras e o risco de deslizamentos, agravados pelo período chuvoso. A comunidade afirma que os problemas não eram recorrentes antes das intervenções e que a situação tem piorado a cada nova chuva.

Problemas relatados pela comunidade

Segundo os moradores, antes do início das obras, o fluxo de água da chuva era normal e controlado. Com a construção, a água passou a ser desviada para áreas mais baixas do bairro, causando alagamentos e erosão do solo. Um dos pontos mais críticos é uma grande cratera que se formou próxima a um poste, colocando em risco a estrutura e ameaçando o fornecimento de energia elétrica na região.
"O poste está prestes a cair, pois perdeu a sustentação. Já notificamos a Prefeitura e a CEMIG, mas até agora ninguém tomou providências definitivas", afirma uma moradora. Outro morador destaca que veículos de emergência, como ambulâncias e viaturas, têm dificuldades para circular devido às crateras nas vias.
Diante dos estragos, os moradores registraram protocolos junto à Secretaria de Obras e órgãos competentes. No entanto, segundo a comunidade, as soluções apresentadas foram insuficientes. A Defesa Civil chegou a ser acionada, mas informou que a responsabilidade seria da Prefeitura. A população cobra uma resposta rápida, pois teme que novos deslizamentos comprometam casas e vias públicas.

Posicionamento da Construtora Erglares

A construtora Erglares reconhece os transtornos, mas afirma que o projeto de drenagem foi desenvolvido com base em normas técnicas e que sua execução depende da conclusão da terraplanagem. Segundo a empresa, medidas emergenciais já foram adotadas, como a limpeza das vias e instalação de gabiões para conter a erosão.
"Esta é a maior obra habitacional de Sabará, e nosso compromisso é garantir a segurança e qualidade da execução. Seguimos dialogando com moradores e órgãos públicos para mitigar impactos", declarou a construtora.
Sobre os problemas de drenagem, a Erglares destacou que foram implementadas canaletas para condução da água, mas reconhece que as chuvas recentes têm sido mais intensas que o normal. A previsão para a conclusão definitiva da drenagem é de quatro meses após o fim da terraplanagem. No entanto, moradores questionam a eficiência dessas soluções e pedem que a empresa reveja o planejamento para evitar novos incidentes.

Após as chuvas a construtora Erglares construiu
gabiões para conter a lama 

 

Prefeitura de Sabará

A Prefeitura informou, por meio de nota, que para verificar a situação, é necessário que os moradores apresentem os números de protocolo abertos junto à gestão anterior. O órgão afirmou que está à disposição para agendar uma visita técnica ao local e avaliar a melhor solução.
Lideranças comunitárias, no entanto, criticam a falta de ação efetiva e cobram um posicionamento mais ágil da administração municipal. "Estamos cansados de abrir protocolos sem resposta. Queremos ações concretas para evitar tragédias", disse um representante dos moradores.

CEMIG se compromete a avaliar risco de queda do poste

A CEMIG informou que enviou uma equipe ao local antes do Natal e realizou registros fotográficos da cratera e do barranco. No entanto, o caso foi direcionado a outro setor para análise. A companhia afirmou que enviaria uma nova equipe para verificação e adoção de medidas, caso necessário.
A população teme que, caso o poste caia, o bairro fique sem energia elétrica por tempo indeterminado, prejudicando residências e comércios locais. "Muitos aqui trabalham de casa, e ficarmos sem luz significaria perda de renda para várias famílias", relatou um morador.

Impactos e preocupações dos moradores

Além dos prejuízos materiais, a comunidade também alerta para os riscos à segurança e à saúde pública. Um dos problemas apontados é a construção de uma piscina improvisada com pedras para acumular água da chuva, o que poderia aumentar o risco de deslizamentos e a proliferação do mosquito da dengue. Além disso, a presença de muros de gabião pode favorecer a infestação de escorpiões, um problema já recorrente na região.
A comunidade pede providências rápidas e definitivas. "Não podemos continuar vivendo com medo de cada chuva. Precisamos de uma solução definitiva antes que algo mais grave aconteça", afirma um morador. Além disso, moradores organizam um abaixo-assinado para exigir respostas concretas das autoridades e da construtora.

A Folha de Sabará segue acompanhando o caso e cobrando soluções das autoridades competentes.

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