O prefeito eleito de Sabará, Sargento Rodolfo, que fez história ao ser eleito com a maior votação já registrada no município, já está atuando ativamente na busca por soluções e recursos para melhorar a cidade antes mesmo de sua posse oficial. Nos últimos dias, Rodolfo esteve em Brasília para buscar informações e possíveis estratégias que possam beneficiar Sabará em seu mandato. No entanto, o retorno de uma de suas investidas não trouxe boas notícias para os moradores da cidade.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Rodolfo revelou que Sabará perdeu uma obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no valor de R$ 84 milhões, que seria destinada à prevenção de desastres, em especial às enchentes que afligem a cidade. Segundo ele, a perda ocorreu devido a uma falha administrativa da atual gestão da prefeitura, que não enviou uma planilha básica de compensação financeira exigida para a continuidade do projeto.
“Infelizmente, pessoal, a notícia não é boa. Sabe aquela obra lá do PAC de 84 milhões de reais de prevenção ao desastre, lá das enchentes? Pois é, perdemos. Não teve como reaver. Nós, sabarenses, fomos todos afetados. Sabe por quê, gente? Porque a prefeitura deixou de mandar uma planilha básica, básica de compensação financeira. Tá aqui no vídeo aqui, ó. E aí perdemos uma obra de 84 milhões de reais que poderia reduzir drasticamente o problema de enchente em Sabará”, lamentou Rodolfo.
A notícia causou grande repercussão entre os moradores, que aguardavam a obra como uma solução crucial para os constantes problemas causados pelas enchentes, especialmente em períodos de fortes chuvas. Rodolfo enfatizou a necessidade de uma gestão mais eficiente e comprometida com as demandas do município, reforçando seu compromisso em evitar que situações como essa se repitam durante seu governo.
A perda do recurso é um golpe para Sabará, especialmente em um momento em que a cidade enfrenta grandes desafios estruturais e climáticos. Contudo, o prefeito eleito garantiu que continuará lutando por outras verbas e projetos para minimizar os impactos das enchentes e melhorar a qualidade de vida da população.
Rodolfo segue com sua agenda de articulações e busca por apoio, tanto em Brasília quanto em outras esferas, para garantir que Sabará alcance o progresso tão esperado.
A Folha entrou em contato com a Prefeitura de Sabará para entender o porque este documento não foi enviado em nota ela respondeu que:
A Prefeitura de Sabará informa que apresentou diversas propostas ao Governo Federal, no âmbito do Programa Novo PAC – Cidades Sustentáveis e Resilientes, após receber Cartas-Consulta, encaminhadas aos municípios, com propostas de intervenções nas áreas de saúde, educação, turismo, obras e regularização fundiária.
Especificamente sobre o projeto de Prevenção de Desastres Naturais: Contenção de Encostas, a Prefeitura de Sabará apresentou uma proposta global para a construção de 10 (dez) muros de contenção de grande complexidade. Esclarecemos que o valor de R$ 83,8 milhões foi o custo global das obras estimado pelo Executivo Municipal para as intervenções, apresentado em proposta, não se tratando de um recurso já disponível no Governo Federal para o município.
No entanto, o prazo dado pelo Governo Federal foi insuficiente para a apresentação de todas as planilhas de composição de custos das obras pleiteadas, considerando todas as pesquisas e levantamentos necessários. No momento, aguarda-se a abertura da segunda etapa do programa Novo PAC Seleções, por parte do Governo Federal, já definida para o início de 2025.
Acrescentamos, ainda, que há um Termo de Compromisso do PAC Encostas firmado com o Governo de Minas Gerais, que beneficiará o município de Sabará. A Prefeitura está monitorando e atualizando as informações no sistema. Na oportunidade, parte das propostas apresentadas ao Governo Federal já serão contempladas com o recurso a ser destinado.
Por fim, vale salientar que outras propostas foram habilitadas e contempladas, nas áreas de saúde (Nova UBS Siderúrgica), regularização fundiária (Bairro Adelmolândia) e turismo (Igreja de São Francisco de Assis, via Iphan). Resta ainda pendente de contemplação, proposta essa já habilitada pelo Governo Federal, um projeto de engenharia relacionado ao Patrimônio Histórico".
Mas para entender a gravidade desta perda é preciso relembrar as últimas enchentes de 2020 e 2022
A noite de 24 de janeiro de 2020 vai ficar marcada como uma das datas mais tristes da história de Sabará. A previsão meteorológica feita uma semana antes já antecipava um grande volume de chuvas para a cidade e, infelizmente, ela se concretizou.
Ainda na quinta-feira, 23, a cidade teve chuvas intensas e amanheceu com alguns pontos alagados no dia seguinte, como na rotatória em frente à Praça de Esportes. Mas foi na noite de sexta-feira que a situação se agravou e a população sofreu com um verdadeiro temporal que assolou a cidade.
Por volta das 20h o nível do ribeirão Sabará subiu rapidamente e como há muito tempo não se via uma grande enchente devastou casas e o comércio ao longo do seu leito. A Avenida Prefeito Vitor Fantini e as ruas Pereira Vieira e das Laranjeiras foram algumas das áreas mais afetadas da região central. Os bairros Paciência, General Carneiro, Marzagão e Roça Grande também foram atingidos com a cheia do Rio das Velhas em várias vias e até o Santuário Santo Antônio foi alagado.
A força da água foi tão grande que derrubou muros, invadiu casas e chegou a retirar placas de asfalto. Na manhã de sábado, dia 25, o que se via ao longo de toda cidade foi um verdadeiro cenário de guerra. Muitos moradores perderam todos os seus bens materiais e passaram o dia inteiro limpando suas casas. Apesar disso, felizmente a cidade não teve vítimas fatais nesse primeiro momento.
Algumas ruas foram totalmente tomadas pela lama e pelo lixo e se tornaram irreconhecíveis até para quem estava acostumado a passar por elas todos os dias. Muitos moradores haviam passado a noite em claro e mesmo assim tiveram que encontrar forças para começar o trabalho de limpeza de ruas e casas. Perplexos com a situação, vários sabarenses preferiram o silêncio naquele momento de tristeza e revolta.
Contudo, o que se viu a partir daí foi um grande movimento de solidariedade se formando em toda cidade. Uma rede de super-heróis se formou. E junto com a prefeitura a população deu as mãos e cada morador contribuiu de alguma forma, seja ajudando na retirada de lama, doando alimentos ou levando água e comida para quem estava trabalhando na limpeza da cidade. Sabará mostrou que tem muitos heróis e que sua reconstrução é questão de tempo.
Dois anos após a última enchente, a cidade sofreu mais uma vez com fortes chuvas. Os dias nove e dez de janeiro de 2022 foram de muito prejuízo e apreensão para os sabarenses.
Foi como assistir outro filme de terror. Muitas casas foram completamente cobertas pela água e as ruas foram tomadas pela lama. Neste ano as margens do Rio das Velhas foram as mais atingidas e o que se viu depois que o nível da água abaixou foi um verdadeiro cenário de guerra.
Muitos moradores e comerciantes tiveram seus imóveis inundados e tiveram muitos prejuízos financeiros, mas felizmente o município não teve nenhuma vítima. Foram registrados, nos primeiros dias, cerca de 2.000 desalojados e 100 desabrigados, que foram acolhidos em quatro abrigos disponibilizados pela Prefeitura de Sabará (Centro, Roça Grande, General Carneiro e Caieira). Com o fim das constantes chuvas e o início da limpeza da cidade esses números estão caindo gradativamente.
Apesar da situação complicada, os sabarenses mostraram sua força e solidariedade para reconstruir a cidade. A população arregaçou as mangas e foi ao trabalho para limpar a vias obstruídas, além de fazerem doações aos mais necessitados. A administração municipal empenhou cerca de 200 trabalhadores diretamente na limpeza e desobstrução de vias e acessos, bem como em vistorias da Defesa Civil.
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