O Clube Mundo Velho é uma das associações mais tradicionais da cidade. Ao longo dos seus mais de 120 anos foram realizados bailes memoráveis em sua sede localizada na Rua Marquês de Sapucaí, 389, Centro. Foram várias gerações de sabarenses que viveram grandes momentos nesse espaço cultural.
A entidade também foi um dos símbolos da resistência na cidade, sendo a única opção de lazer da população negra que era impedida de entrar em outras associações no século XIX. Fundado pouco após a abolição da escravatura, O Clube Mundo Velho era um lugar onde os negros se sentiam acolhidos. Além disso, o clube deu origem a um dos mais tradicionais blocos carnavalescos da cidade e também se destacou pelos bailes voltados ao público da terceira idade.
Porém, toda essa história vem sendo ofuscada por uma briga judicial que está inviabilizando seu funcionamento desde 2019. Estão tramitando processos judiciais entre dois grupos que disputam a diretoria da casa. Entre as questões debatidas judicialmente estão a renovação o quadro de sócios, além da mudança do estatuto do clube e consequentemente de sua história.
De acordo com Lourdes Ida, presidente da Associação Mineira de Clubes Sociais Negros, o clube passa por uma situação delicada e por causa disso está completamente irregular, o que também está acarretando em problemas estruturais. “Nós não queremos que num futuro próximo esses problemas levem a ocasionar um acidente como ocorreu na Boate Kiss, já que hoje a casa não tem alvará de funcionamento e nem extintores de incêndio, por exemplo. É uma demanda judicial que um dia vai se resolver, mas nossa justiça é lenta”, afirma Lourdes Ida.
Infelizmente, Sabará não tem bons exemplos recentes relacionados ao destino de outros clubes tradicionais, uma vez que o Botafogo e Farol finalizaram suas atividades nos últimos anos. Lourdes conta também que sua experiência a frente da Associação Mineira de Clubes Sociais Negros mostra que outras entidades que passaram por situação semelhante tiveram um futuro incerto.
“O Clube Mundo Velho é um patrimônio que está se perdendo. Espero que a justiça entenda que o clube não é um bem pessoal. É importante que independente de quem assuma a presidência que respeite sua história e que o clube volte a funcionar porque esse patrimônio pertence à população”, finaliza Lourdes. Sendo assim, fica a esperança que essa situação na justiça se resolva e que o Clube Mundo Velho volte a abrilhantar a cultura da cidade.
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