Sabará em chamas: O desafio das queimadas e a necessidade de ação coletiva

Nas últimas semanas, Sabará tem enfrentado um cenário devastador de queimadas, refletindo uma crise ambiental que se agrava a cada dia. O verde vibrante que uma vez coloria as paisagens foi reduzido a cinzas, e com ele, as nascentes secaram, os habitats dos animais foram destruídos e a vida local tornou-se cada vez mais vulnerável. O impacto das queimadas vai além da destruição do patrimônio natural; ele afeta diretamente a saúde da população, com a fumaça comprometendo a qualidade do ar e agravando problemas respiratórios, especialmente entre crianças e idosos. O aumento dos focos de incêndio, intensificado pela falta de chuvas e por ações criminosas, exige uma resposta urgente. Ambientalistas alertam que estamos perdendo não apenas nossas florestas, mas também a nossa própria casa, enquanto a falta de fiscalização e o descuido com o lixo contribuem para a gravidade da situação. 
Em uma entrevista exclusiva, Fernando Madeira, diretor da Probiomas, compartilhou como a empresa se envolveu diretamente no combate aos incêndios florestais através da Brigada Seriema, e quais medidas estão sendo adotadas para evitar que novas tragédias ocorram no futuro.
Ação da Brigada Seriema e o impacto das queimadas

Segundo Fernando Madeira, o ponto de partida da atuação da Probiomas no combate às queimadas foi a criação da Brigada Seriema, composta por brigadistas capacitados e equipada com EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva). A empresa, que investe anualmente no plantio de milhares de mudas na região, tem como prioridade proteger essas áreas contra o fogo. "O prejuízo é quase incalculável. São milhares de vidas envolvidas, incluindo animais, plantas, microorganismos e até pessoas. A seca e a redução da qualidade das águas também são sentidas no meio rural, com várias nascentes secando recentemente", destacou Madeira.

Desafios no combate ao fogo no bairro Pompéu

Durante o combate às queimadas, a equipe enfrentou desafios significativos. A topografia irregular, os ventos fortes e a vegetação seca aceleraram a propagação do fogo. "Pelas regras, os brigadistas só poderiam atuar sob a luz do dia, mas as condições não nos permitiram parar. Tivemos que combater o incêndio também à noite e na madrugada para minimizar os impactos. Foi um esforço exaustivo para todos", relatou o diretor.

Queimadas provocadas por ação humana e as soluções preventivas

Madeira ressaltou que a maioria das queimadas é causada por ações humanas, apesar de serem proibidas pelas leis ambientais brasileiras. Para evitar que novos incêndios aconteçam, ele defendeu a importância de medidas preventivas, como a coleta seletiva e o descarte correto de resíduos sólidos, além de não queimar resíduos orgânicos e florestais, que podem ser transformados em adubo. "Queimar não só prejudica a saúde do solo e das pessoas, mas também agrava a poluição do ar e a escassez de água", afirmou.

O impacto das queimadas na fauna local foi devastador, segundo Fernando. Ele descreveu cenas tristes, como a de aves sendo queimadas em pleno voo. "Os animais silvestres são os maiores responsáveis pela regeneração do ecossistema. Sem eles, a capacidade de auto-regeneração da mata é muito reduzida. Agora, caberá ao homem reflorestar as áreas afetadas, na esperança de que as espécies remanescentes possam retornar", disse.

Educação ambiental e participação da comunidade

Além do combate direto ao fogo, a Probiomas investe na educação ambiental, recebendo grupos de alunos para capacitá-los sobre temas como preservação ambiental e prevenção de queimadas. "O caminho é educar a próxima geração. Também incentivamos a formação de novos brigadistas florestais através de cursos oferecidos pela empresa. Qualquer pessoa interessada pode se inscrever e contribuir diretamente para a proteção ambiental", explicou Madeira.

Monitoramento por satélites e drones: um futuro ainda em planejamento

Apesar das ações imediatas, a Probiomas tem planos mais ambiciosos para o futuro. A empresa elaborou um projeto de monitoramento inteligente de focos de fumaça com o uso de satélites e drones. No entanto, esse projeto ainda não foi priorizado pelas autoridades locais. "A fiscalização e o monitoramento são responsabilidades do Estado, mas estamos prontos para contribuir com tecnologias avançadas para minimizar o risco de novas queimadas", ressaltou o diretor.

A importância da colaboração entre instituições e a população

A parceria com a prefeitura e outras instituições tem sido fundamental para combater as queimadas de forma mais eficaz. Para Madeira, a preservação do meio ambiente é uma missão que exige o esforço conjunto de governos, empresas e da sociedade. "Não podemos nos acomodar. Cada um precisa fazer a sua parte, e as instituições precisam ter ações claras e objetivas para cuidar do meio ambiente. É uma questão de responsabilidade com as gerações presentes e futuras", concluiu.
Com ações imediatas e um olhar para o futuro, a Probiomas segue atuando para proteger o bioma local, enquanto busca a conscientização da população e o apoio das autoridades para garantir que as queimadas sejam cada vez mais raras em Sabará.