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Rua Borba Gato: Um tributo ao legado de um bandeirante Paulista

Borba gato era homem de gênio exaltado, destemido e valente. Em 1681, o administrador das Minas, D. Rodrigo de Castelo Branco, quando discutiu com ele o poder sobre as Minas do ouro, foi assassinado por um dos pajens de Borba Gato

08/08/2024 18h30 Atualizada há 4 semanas
Por: Glaucia Melo Clark Fonte: Folha de Sabará
Rua Borba Gato: Um tributo ao legado de um bandeirante Paulista

A Rua Borba Gato, antes conhecida como Rua da Cadeia, é um marco histórico em Sabará que remonta aos tempos coloniais. Localizada entre o Largo do Rosário e as Mamoneiras, sua importância histórica é profundamente entrelaçada com a figura do bandeirante paulista Manuel de Borba Gato.O nome atual da rua foi estabelecido durante os festejos do bicentenário da cidade, em homenagem a Borba Gato, que desbravou os caminhos até Sabarabuçu em 1678. Foi nesse ano que ele descobriu minas de ouro às margens do Rio das Velhas, fundando assim a povoação que viria a se tornar Sabarabuçu.
Borba gato era homem de gênio exaltado, destemido e valente. Em 1681, o administrador das Minas, D. Rodrigo de Castelo Branco, quando discutiu com ele o poder sobre as Minas do ouro, foi assassinado por um dos pajens de Borba Gato e este, responsabilizando-se pelo crime, decidiu refugiar-se nas montanhas junto ao Vale do Rio das Velhas e daí até o Rio Doce. Naquela época, era considerado crime gravíssimo matar um dos nobres, houvesse ou não razão. Para as autoridades era desconhecido o paradeiro de Borba Gato, mas para a família não, pois o bandeirante sempre enviava emissários com notícias suas que, ao voltar, traziam informações variadas de todos e de tudo, inclusive sobre a campanha que faziam para obter a sua absolvição. Borba Gato guardou para si o conhecimento do local onde descobrira ouro, mandou oferecer a Coroa a troca de seu segredo pelo perdão e autoridade sobre asa minas.

O governador do Rio de Janeiro, Arthur de Sá e Menezes, muito satisfeito com a notícia das minas, concede a Borba Gato licença para andar por toda parte sem ser incomodado e, ao mesmo tempo, resolve visitar a região das descobertas. Arthur de Sá e Meneses que, como se tivesse esquecido o seu caráter oficial e seus deveres, veio em sentido próprio e voltou rico, com mais de trinta arrobas de ouro e Borba Gato recebeu o perdão e ainda o posto de Tenente-General de primeira Praça Marítima e Guarda-Mor das Minas do Rio das velhas, conforme provisão daquele mesmo ano (1702). O Borba deveria arrecadar os quintos reais, confiscar os faltosos e proceder aos leilões das datas da Coroa, o que ele fez com muito zelo. A severidade na vigilância sobre o pagamento dos impostos, exercida por Borba Gato fez com que ele ficasse antipatizado entre os forasteiros e seus conterrâneos que na sua maioria tudo faziam para burlar o cobrador em seus planos. Em todo material consultado nas pesquisas não foi encontrado alusão sobre Borba Gato nas lutas da Guerra dos Emboabas: tem-se a impressão de que ele aqui não estava quando ocorreram as lutas, no entanto, quando da chegada de Antônio Albuquerque Borba Gato aqui estava para recebe-lo levando-o a percorrer as minas. Depois, Borba Gato deixou a sua fazenda em Paraopeba, retirou-se para o Arraial Velho e ali faleceu em 1717 com mais de 85 anos, estando enterrado na Igreja de Sant”Ana.

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