A festa junina é uma das manifestações mais interessantes e tradicionais do calendário religioso e folclórico do Brasil, e pode ser visto em várias partes do território.
A sua origem vem dos tempos em que os povos da Europa, da Ásia e Àfrica, acendiam fogueiras e organizavam danças, jogos e brincadeiras para comemorar a boa colheita.
A sua introdução nas fazendas de engenhos do nordeste e nos arraiais, no início do povoamento do Brasil, se deu através dos colonizadores, que trouxeram seus costumes e tradições, como as danças realizadas nos salões espelhados da Europa, copiadas pela nobreza local e incorporadas às manifestações rurais do século XIX, quando apareceu a popular “Quadrilha”, cujo nome vem da dança feita em grupo, em forma de quadra ou quadrado. Surgiram daí, os “anavans” – para frente - e os “anarriês” - para trás - , abrasileirados do francês. Na região, a festa homenageia Santo Antônio, São João e São Pedro, faz parte do calendário turístico/religioso, e só perde para o natal em termos de faturamento, atraindo multidões que dançam movimentadíssimas quadrilhas, por um mês inteiro. Se pudessem, fariam a festa o ano todo.
Em Minas também são realizadas belas festas juninas, principalmente nas escolas e nas comunidades. Em Sabará, vários grupos de dança de “quadrilha”, se apresentam pela cidade durante o mês de junho. No antigo Arraial do Pompéu, em Sabará, a festa de Santo Antônio é bem caprichada e bonita, realizada junto à velha Capela dedicada ao santo lisboeta.
No Adro da Capela de Nossa Senhora do Ó, região originalmente conhecida como Arraial de Tapanhuacanga (cabeça de negro), São João é homenageado há mais de cem anos. A festa é realizada ainda hoje, por três dias, como nos velhos tempos, quando eram vendidos doces, salgados, caldos e canjicas e ss mais ousados, trepavam no “paus de sebo”, para ver se conseguiam abocanhar o dinheiro que era colocado no alto. Hoje não tem mais o velho “Boi da Manta”, manifestação tipicamente sabarense, semelhante aos Bumba Meu Boi, Boi Bumbá, o Boi Garantido ou o Boi Precioso, do norte e nordeste do país. A música também não é a mesma.
No antigo Arraial de Santo Antônio do Bom Retiro da Roça Grande, onde Borba Gato chegou em 1674, isto é, à 350 anos, a festa que é dedicada ao Santo Taumaturgo - que cura - , mais conhecido, atualmente, como santo casamenteiro, atrai multidões de fiéis devotos, porém está bastante modificada e comercializada, apesar dos esforços de alguns abnegados moradores e devotos, que tem procurado manter algumas de suas tradições. Mas a festa ainda é animada.
Nas festas juninas, os “fogos” simbolizam a alegria, os “balões”, levam mensagens ao santo protetor, a “fogueira” é o sol que esquenta as frias noites e as “bandeirolas” representam as nações.
São João é o protetor da zona rural (ele é sempre representado carregando um carneiro) e incorporou à festa, lendas, adivinhações e superstições.
Não temos mais as festas nas ruas, como ocorria no São Francisco ou nas Mercês.
A permanência desta tradição pode e deve ser mantida e preservada, para que fique na memória do nosso povo, e, para que as gerações futuras possam também usufruir de suas delícias.
Texto de José Bouzas - historiador
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